Um Airbus A350 realizou uma decolagem automática, baseado apenas em um novo sistema de câmeras que permitiram a aeronave manter o alinhamento com a pista e iniciar uma subida conforme o planejado.
Foi a primeira decolagem autônoma feita por um avião comercial na história. O voo contou, por segurança, com dois pilotos de testes e três engenheiros a bordo.
Os ensaios foram conduzidos em 18 de dezembro de 2019 e foram divulgadas , embora tenha sido divulgado apenas em 16 de janeiro de 2020.
Na ocasião, o avião realizou um total de 8 decolagens em um período de quatro horas e meia de testes.
Durante a corrida para a decolagem, o comandante apenas acelerou o avião, mantendo as mãos nos manetes (aceleradores) até o limite da velocidade de decisão (V1).
Quando o prosseguimento da decolagem se mostrou seguro os pilotos apenas acompanharam o avião iniciando a subida, para em seguida recolher o trem de pouso
“Enquanto completávamos o alinhamento na pista, esperando a liberação do controle de tráfego aéreo, acionamos o piloto automático”, explicou Yann Beaufils, piloto de testes da Airbus.
“Movemos as alavancas do acelerador para a posição de decolagem e monitoramos a aeronave, que começou a se mover e acelerar, mantendo automaticamente a linha central da pista, na velocidade exata de rotação inserida no sistema.
O nariz da aeronave começou a levantar-se automaticamente e alguns segundos depois estávamos no ar”.
O sistema criado pela Airbus envolve uma câmera de alta resolução que permite ao avião saber seu alinhamento na pista, que combinados com dados de velocidade e aceleração, possibilitam o piloto automático realiza a decolagem no momento exato.
O funcionamento é diferente do pouso, onde uma série de instrumentos de rádio, como o Instrument Landing System (ILS) direcionam o avião na rampa correta para o toque na pista.
O sistema batizado de ATTOL (Airbus Autonomous Taxi, Take-Off & Landing) foi lançado em 2018, quando o fabricante europeu passou a desenvolver a capacidade e recursos para aplicação prática.
Embora seja ainda um demonstrador de tecnologia, o ATTOL poderá auxiliar os pilotos em situações de clima adverso ou mesmo em aeroportos críticos, aumentado a eficiência e segurança do voo.
A Airbus afirma que o objetivo não é criar uma aeronave autônoma, mas sim explorar tais tecnologias que ao lado de outras inovações em áreas como materiais, eletrificação e conectividade, poderão auxiliar a projetar novas aeronaves no futuro.
Os próximos passos do projeto incluem taxiamento, decolagem e pouso automáticos, que devem ocorrer ainda em meados de 2020.
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