A integração entre apicultura, agricultura irrigada e silvicultura tem se mostrado uma estratégia de sucesso no município de Malhador, no agreste sergipano.
No Perímetro Irrigado Jacarecica II, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), o agricultor Eloi Francisco de Menezes alia a produção de banana, milho, coco, cana e árvores nativas ou exóticas à criação de abelhas, garantindo uma produção de mel que se estende por mais de nove meses ao ano.
Eloi cultiva diferentes espécies de abelhas:
Uruçu (nativa do Brasil e sem ferrão);
Apis (africana e europeia).
A diversidade da flora encontrada em Jacarecica II favorece a produção de mel de alta qualidade, além de impulsionar a polinização das plantações e aumentar a produtividade agrícola.
De acordo com Júlio Leite, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Coderse, a atividade desenvolvida por Eloi beneficia não apenas sua produção, mas também os agricultores vizinhos:
“O senhor Eloi trabalha sozinho em seu lote, mas suas abelhas criam uma parceria natural com os lotes vizinhos, ao extrair matéria-prima das plantações e contribuir com a polinização. Ele aproveita esse potencial para produzir mel, uma iniciativa que deve ser incentivada entre outros irrigantes.”
Com essa sinergia, Eloi Francisco produz entre 400 e 600 litros de mel por ano. Segundo ele, a presença das abelhas na região evita frutos malformados e aumenta a qualidade da produção agrícola.
Além de apicultor e meliponicultor, Eloi também é silvicultor, utilizando espécies como Eucalyptus, Acacia e Moringa para fortalecer seu plantio. Ele destaca que a presença de mais de 50 espécies vegetais na área favorece a diversidade do mel produzido.
“Temos mais de 50 espécies que fornecem pólen e néctar, resultando em um mel completo. As abelhas se alimentam de plantas como a jurema, que dá a própolis verde, e muitas outras. Em breve, quero ampliar o plantel de abelhas e criar colmeias das espécies mandassaia e jataí”, afirma o agricultor.
Uma das vantagens da integração da apicultura com a irrigação é o prolongamento da primavera, período essencial para a produção de mel.
Graças à irrigação, as abelhas podem coletar néctar e pólen entre agosto e abril, permitindo até quatro coletas de mel durante esse período.
“A irrigação mantém floradas ao longo do ano. Se há flores, as abelhas seguem coletando néctar e pólen. Isso prolonga nossa produção e mantém a qualidade do mel”, destaca Eloi Francisco.
A experiência de Eloi Francisco reforça o potencial produtivo da apicultura aliada à irrigação e silvicultura, demonstrando que é possível produzir de forma sustentável e eficiente.
A expectativa é que iniciativas como essa sejam expandidas para outros irrigantes, fortalecendo ainda mais o setor agrícola e a produção de mel em Sergipe.
Com informações do Governo de Sergipe
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